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terça-feira, 31 de julho de 2012

Aplicativo de vinhos portugueses

 
 
Portugal acaba de lançar a Portuguese Wine Cellar (PWC), a primeira aplicação para plataformas móveis exclusivamente dedicada à divulgação e promoção de seus vinhos. A aplicação - por enquanto apenas para iPad e iPhone, mas quem em breve também chegará aos tablets e smartphones com sistema Android, analisa e classifica mais de 500 vinhos. Quem faz a seleção é Manuel Moreira, que ainda traz informações detalhadas sobre a arte e a geografia dos melhores vinhos nacionais.
 
A PWC, em versão gratuita e paga, possibilita a escolha dos critérios de pesquisa que verdadeiramente interessam ao consumidor e a criação de uma "garrafeira personalizada".  O objetivo da aplicação é misturar a tradição vinhateira portuguesa e os muitos séculos de produção no país com as novas tecnologias, revelando o "mundo único" dos vinhos nacionais aos amantes destes néctares.
 
Entre as informações fornecidas pela PWC, que podem ser consultada em português e inglês, estão as diferentes regiões vinícolas do país, as inúmeras variedades de uvas disponíveis e as combinações que permitem fazer, os segredos de uma boa colheita e os perfis dos produtores de vinhos portugueses, desde os mais tradicionais aos mais ousados. O aplicativo será atualizado com regularidade e complementado, ao longo do tempo, com centenas de novas referências.
 

domingo, 22 de julho de 2012

Os excessos

Coluna de André Andrès, na Revista.AG, jornal A GAZETA, de 22 de julho

Carvalho faz bem ao vinho. Mas desconfie se o toque “amadeirado” for exagerado: você pode estar tomando um vinho ruim “disfarçado” pelo excesso de madeira



Há poucos meses, um dos bares mais tradicionais de São Paulo, o Léo, foi fechado pela Vigilância Sanitária e pelo Procon. Além de servir alimentos deteriorados, os proprietários cometeram um sacrilégio: vendiam chope de qualidade inferior ao anunciado. Isso num local tratado pelos paulistanos como templo da bebida. Poucos sabem, no entanto, como esse pecado foi descoberto. Um apreciador dos chopes do Léo achou a bebida exageradamente gelada. A temperatura estava muito abaixo do recomendável e bem diferente daquela tradicionalmente servida no bar. Desconfiou. Perguntou ao garçom, com mais de 40 anos de casa, que marca de chope era aquela. E o garçom foi honesto: “Esse chope é tal. Eu falei que ia dar confusão. Acabou de dar...”, respondeu.

Excesso muitas vezes servem para disfarçar defeitos. Isso ocorreu no caso do chope. E isso acontece também com os vinhos. Como se sabe, a passagem por barris de carvalho é fundamental para garantir o bom amadurecimento do mosto de uvas, além de seus sabores e aromas característicos. Mas esse mesmo carvalho pode servir para disfarçar defeitos do vinho. Produtores chilenos e australianos, por exemplo, chegam a mergulhar pedaços de madeira (chamados de “chips”) no mosto. O vinho não é levado à madeira, mas a madeira vai até o vinho – e ele fica com seus defeitos disfarçados, ganha qualidade temporária, fica “amadeirado”. O tinto só não ganha a estrutura necessária para viver mais e melhorar com o passar do tempo, características emprestadas pela passagem em boas barricas.

Como a sofisticação chegou também aos chips, já é possível usar pedaços de madeira mais ou menos tostados, como ocorre com os barris de carvalho. Ou seja, ficou cada vez menor a diferença entre vinhos bem-produzidos, com passagem por barricas, e os xaropes de madeira, “disfarçados” de bom vinho. Por isso existe uma tendência no Chile de reduzir o tempo de guarda nos barris, de trabalhar a uva, produzir algo com menos madeira. Os vinhos ficam menos potentes, mais elegantes. Mostram o que realmente são. Sem extremos. Mesmo porque, como se sabe, a real virtude não está na moderação exagerada nem no excesso desmesurado, mas no equilíbrio, sempre muito desejado...




R$ 69
Morandé Edición Limitada Pinot Noir


O vinho está em promoção. Aproveite para saber como um Pinot Noir pode ser bem tratado no Chile. Passa 16 meses em barricas de carvalho. Vinho equilibradíssimo. Delicioso.

Onde comprar:  Carone

R$ 89
Maycas del Limari Reserva Especial Syrah



A Syrah, uva confiável, passa 12 meses em barricas de carvalho francês. Como todos os vinhos produzidos pela vinícola Maycas, ligada à gigante Concha y Toro, este também é muito bom.  Ótimo equilíbrio entre aromas e sabores, sem excessos. Como deve ser, aliás...

Onde comprar:   Enotria


R$ 90

Calyptra Gran Reserva Chardonnay


É possível usar a madeira além do período convencional e conseguir vinhos bem-equilibrados. A Calyptra coloca seus brancos adormecendo 24 meses em barris de carvalho – algo incomum. Resultado: vinhos excelentes, de longa vida pela frente.

Onde comprar:  wine.com

R$ 99

Beronia Reserva


A permanência em carvalho é tão importante na Espanha que acaba definindo o tipo de vinho mais do que em outros países (eles podem ser crianza, reserva ou gran reserva). Esse Beronia é reserva: passou 18 meses em barris de carvalho. E é espetacular. Um grande Rioja.

Onde comprar: lojas e supermercados

sábado, 21 de julho de 2012

A sabedoria da escolha

Texto de André Andrès publicado na revista.ag, do jornal A GAZETA, dia 15 de julho



Aliar qualidade e preço todo mundo quer. Imagine conseguir essa dobradinha em vinhos que rompem a barreira dos 91 pontos conferidos pelo principal guia do Chile... 




Talvez já tenha contado essa história, mas vale repeti-la... Há alguns anos, encontrei num supermercado um dos maiores entendedores de vinho do Estado. Estava comprando um Sauvignon Blanc novo no mercado. “Compre. Custa R$ 23. E está com um toque de maracujá delicioso...”. 


Pedi para abrir um para nós tomarmos. O vinho estava ótimo. Ele tomou sua taça e me ensinou: “Sabe qual a única vantagem de entender um pouco sobre vinhos? É saber escolher. E levar para casa algo bom e barato...”. Sorriu e me deixou ali pensando: realmente, o fundamental na escolha de um vinho não é a uva nem o local de produção, muito menos o enólogo ou a vinícola. Importante mesmo é o preço. 


Existem, lógico, os tomadores de rótulos, interessados mais em exibir a garrafa do que verificar se ela vale o quanto custou. Mas são exceções. A maioria quer mesmo é aliar qualidade e preço. Essa aliança é tão importante que o Guia Descorchados, principal publicação chilena sobre vinhos do Chile e da Argentina, passou a publicar uma lista com os rótulos de “Super Preço”: vinhos muito bem pontuados pelos degustadores Patricio Tápia, Héctor Riquelme e Eduardo Milan, mas com valores muito acessíveis. 


Bem, a partir dessa relação, fizemos uma outra: foram selecionados apenas vinhos acima de 91 pontos - faixa definida como “excelente” pelo guia - e encontrados por aqui, em lojas e supermercados. A lista reflete o trabalho dos degustadores: o número de vinhos brancos mais bem pontuados na seleção de Super Preço é maior que o de tintos. De qualquer forma, a relação é uma pequena colaboração para quem pouco liga para o luxo do rótulo. E só quer saber do sabor... 

Até R$ 40
Crios Torrontés 2011
Já citado na coluna, o primeiro branco da lista (a categoria Super Preço teve mais brancos que tintos) é perfumado e fresco.
Onde comprar: vários pontos de venda

 
R$ 45
Trio Cabernet Sauv. 2009
Concha y Toro brilha no custo-benefício. Mescla de Cabernet, Syrah e Cabernet Franc.
Onde comprar: vários pontos de venda
 
Até R$ 48
Selección del Directório Sauv. Blanc
A safra 2001 da Santa Helena comprova a ótima fase da Sauvignon Blanc em terras chilenas.
Onde comprar: vários pontos de venda

 
Até R$ 53
Cono Sur Res. Sauv. Blanc 
Vendido pela Expand, que espera por novos lotes. A linha é de muito boa qualidade. A safra 2011 une acidez e textura.
Onde comprar: Expand

 
R$ 55 
Trio Sauv. Blanc 2011
Mais um vinho da Concha y Toro. E a Sauvignon Blanc brilha novamente.
Onde comprar: Vários pontos de venda.
 
R$ 93
Medalla Real Syrah 2009

Para encerrar, um clássico de Cecilia Torres. Está numa faixa acima dos demais, mas vale cada centavo. Beleza de vinho.
Onde comprar: Grand Cru

Quem ganhou o livro da "Viúva Clicquout"

Oi gente! Ontem, infelizmente, meu dia foi muito corrido e não consegui parar e fazer o sorteio do livro sobre a "Viúva Clicquout". Mas hoje trago, finalmente, o resultado. Primeiro deu Hudson Matos, número 6. Mas como ele não é seguidor do blog, não poderá levar o prêmio - esse era um dos pré-requisitos. 

Fiz outro sorteio. Deu Simône Devens, número 8. Mas como ela também não é seguidora, não vai poder levar o prêmio. E o mesmo aconteceu com a Rosa Maria, número 14 - ela foi premiada duas vezes seguidas. 

E finalmente quem vai levar o prêmio é o Hudson Vieira, número 13 (olha o número, risos), que é seguidor do blog. Após receber o e-mail ele tem até 48 horas para entrar em contato com a Confraria das Onças. Caso contrário, realizaremos outro com os mesmos participantes. Parabéns! 


Gente, vocês têm que seguir o blog!

Atenção: O número 01 e o 16 não estavam participando - serviram apenas de teste para saber se vocês estavam sendo direcionados, realmente, para a planilha.











domingo, 8 de julho de 2012

Razão e sensibilidade


Coluna de André Andrès, na Revista.AG, de 8 de julho de 2012


A longevidade dos vinhos, assim como a dos relacionamentos, pode ser percebida em alguns detalhes. Essa percepção passa pela capacidade de ler algumas sensações





É raro, mas acontece... A longevidade de alguns relacionamentos pode ser definida no primeiro contato, no primeiro carinho, no primeiro sorriso. Ali, naquele momento, os dois podem perceber que estão diante de uma relação duradoura: serão anos a fio, lado a lado. Em outros casos, essa relação é descoberta e desabrocha ao longo do tempo. Em ambas as situações, o casal amadurece bem. Como um bom vinho. Em todos os casos, acontece a união entre percepção, sensibilidade e algo concreto, como a satisfação provocada por um beijo, tão palpável quanto o sabor de um tinto de longa presença na boca, sinal fundamental para mostrar a estrutura potente de um vinho, capaz de lhe garantir um envelhecimento consistente. E extremamente saboroso.


Como saber, no entanto, se esse envelhecimento será adequado? Como definir se um vinho pode ser guardado ao longo de algum tempo, para ficar tão gostoso quanto um amor tranquilo? Bem, não é fácil acertar, embora essa busca seja prazerosa e lucrativa: vinhos baratos podem envelhecer muito bem, quando bem guardados – já provei até um Concha y Toro Reservado que ficou muito melhor com o passar de alguns anos. Bem, algumas pistas se abrem à nossa frente – ou, melhor, no nosso paladar – no caso dos vinhos. “Estrutura” não é algo muito fácil de se definir. Alguém muito ligado à parte técnica citaria os ácidos, os taninos, o glicerol, o álcool, sua composição organoléptica. Achou tudo isso muito complicado? Eu também acho. Vamos buscar outra forma de explicar.


O tanino –  Bem, sabe quando você coloca um vinho na boca e ele “trava” seu paladar, como se você tivesse comido banana verde? Pois bem, essa sensação é provocada pelo excesso de tanino, componente fundamental dos tintos. Lógico, se houver um “muita  banana verde”, o vinho é simplesmente ruim – e talvez seu paladar fique tão travado que você mal irá conseguir abrir a boca (Isso, eventualmente, é uma boa desculpa: dias atrás, um amigo havia tomado algumas taças e não conseguia falar “indubitavelmente”. Tentou, tentou... a palavra não saía. E ele arranjou uma explicação: era o tanino, lógico! Alguém lembrou que estávamos tomando o excelente El Principal 2001. Mas não teve jeito: o tanino levou a culpa...). Vamos voltar à taça. Se na boca nota-se o tanino, mas de uma maneira agradável, está dado um primeiro passo para a constatação da boa estrutura. Com o tempo, esse tanino vai ficar mais macio, podendo até se cristalizar, formando depósitos no fundo da garrafa. E o vinho tende a ficar bem aveludado.


O paladar – Vinhos estruturados preenchem mais o paladar, “ficam” mais tempo na sua boca, têm mais consistência. Alguns usam, como exemplo, a diferença entre o insosso leite desnatado (sem corpo, sem estrutura, sem graça) e o  opulento creme de leite. Tem, ainda, quem recorra a uma técnica curiosa para medir a extensão do vinho no paladar: depois de engoli-lo, faz-se uma pequena contagem para ver quanto tempo o seu sabor permanece na boca.


A cor – Tombe levemente a taça, com uma pequena quantidade de vinho, contra um fundo branco (um guardanapo, por exemplo). Vai se formar um tipo de círculo. Observe a borda desse círculo. Vinhos mais antigos apresentam um vermelho menos vivo, chegando até a cor de tijolo, e o núcleo do círculo bem destacado. Em vinhos novos, praticamente não há essa diferenciação. Ou seja, se o vermelho é  homogêneo, a possibilidade de guardar a garrafa por  mais tempo é maior.


A acidez – Ela é sentida nos cantos da boca, perto da bochecha. Sabe quando você toma algo e sua boca “faz água”? Isso é acidez. Ela também é necessária para o vinho envelhecer bem, assim como a presença de álcool, que dá toque doce ao paladar (quanto mais doce, mais álcool o vinho tem).



Dito assim, de forma tão detalhada,  parece complicado. Mas faça o seguinte: sirva uma taça e beba. Primeiro, veja se gostou. Aprovou a ponto de desejar uma outra taça? Ótimo. Agora, na segunda taça, “sinta” mais o vinho em sua boca. E comece a notar se ele tem taninos agradáveis, corpo, acidez. Aí, você soma tudo e chega à conclusão se o vinho tem estrutura ou não. Se tiver, compre outra garrafa e guarde. Depois de algum tempo, a bebida, amadurecida, estará bem melhor: suave como o olhar de uma mulher, macio como o beijo da amada, marcante como uma noite de amor. E memorável, como uma vida vivida a dois.

sábado, 7 de julho de 2012

Vinhos nos voos da Avianca



Quem viajar pela Avianca este mês pode desfrutar de bons vinhos durante o percurso. O serviço de bordo, em parceria com a importadora de vinhos Abflug, acontece todos os dias, à partir das 17 horas, em alguns voos que partem de Guarulhos e Congonhas (SP), Brasília, Porto Alegre e Santos Dumont (RJ). Na carta está o prestigiado vinho chileno Undurraga em suas três versões: Merlot, Cabernet Sauvignon e Carmenère.

Segundo a assessoria de imprensa da Avianca, o Diretor de Serviços da companhia, Renato Aranha, a empresa gosta de surpreender os passageiros com novidades. “Recentemente lançamos o cardápio vegetariano, incrementamos o café da manhã da ponte aérea São Paulo-Rio e, agora, é a vez do público que voa no final do dia apreciar um bom vinho e passar momentos agradáveis durante o voo”, disse.

Via Terra

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Vinhos X Queijos

Para quem gosta de queijos e vinhos, mas nunca sabe combiná-los. Agora, é só consultar a tabela.


Via Vinhos e Mais Vinhos

Vinho X Enxaqueca



Um estudo inédito mostra que a bebida de Baco pode não ser a deflagadora da enxaqueca. A pesquisa, coordenada pelo neurologista brasileiro Abouch Krymchantowski, e apresentada no 54º Congresso Americano de Cefaleia, revela que apenas 33% das pessoas que tomam vinho frequentemente têm uma crise forte de dor de cabeça. 

E parece que algumas variedades da bebida têm potencial maior de provocar os sintomas do que outras. Especialista em cefaleia, Krymchantowski selecionou 40 pacientes, em tratamento para enxaqueca, que apreciavam vinho e relatavam crises após a sua ingestão. 

Cada um deles foi convidado a tomar meia garrafa de vinho das variedades Malbec, Tannat, Cabernet Sauvignon e Merlot, todos da América do Sul, e com intervalo mínimo de quatro dias entre eles - 33,4% relataram ter tido enxaqueca em todas as ocasiões; 54% sentiram-se mal em duas ocasiões; e 87% tiveram dor ao menos uma vez.

Ao comparar o efeito gatilho entre os pacientes que sentiram-se mal ao menos duas vezes depois de beber o vinho, o Tannat e o Malbec foram as variedades que desencadearam a enxaqueca com maior frequência, 51,7% e 48,2% respectivamente. Cabernet Sauvignon e Merlot causaram dor em menos de 30% das vezes em que foram ingeridos.

Krymchantowski explica que Tannat e Malbec são variedades que têm mais tanino, radicais flavonoides responsáveis pela cor escura do vinho. "É esse composto que faz o vinho ser saudável para o coração, mas também provoca uma mobilização súbita da serotonina que desencadeia a enxaqueca", diz o neurologista.

A pesquisa foi tão bem recebida que, 24 horas após a apresentação no congresso, foi reproduzida por 549 sites  médicos dos EUA.

Krymchantowski está ampliando o estudo - vai comparar o efeito do Cabernet Sauvignon francês com o produzido na América do Sul. "Ao que parece, o francês tem mais tanino."

Para o Krymchantowski, as pessoas que sofrem de enxaqueca não devem abandonar o vinho. "O importante é não combinar fatores que trazem a crise, como beber de estômago vazio, após um dia de estresse", diz.

A enxaqueca é uma doença que afeta neurotransmissores e atinge 15% da população do país, de acordo com estimativa da Sociedade Brasileira de Cefaleia. O cérebro fica mais sensível a estímulos, o que desencadeia crises de dor, que pode vir acompanhada de outros sintomas. A doença não deve ser confundida com a dor de cabeça ocasional e deve ser diagnosticada e tratada por especialista.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Um vinho ou um foguete?

Com essa garrafa de vinho - que mais parece um foguete - você vai, literalmente, ao espaço. A pergunta é: "Como abri-la"? Mas como o "mimo", denominado 2004 Block 42, custa R$ 337 mil (sem impostos de importação), provavelmente apenas uma dúzia de pessoas no mundo terão elegância, dinheiro e agilidade, tanto para adquiri-la, como para abri-la. 

O vinho, que já entrou para a história como o mais caro do mundo e possui tiragem limitada de 12 unidades, é da vinícola australiana Penfolds. A bebida é feita a partir de uvas colhidas de uma única vinha, tida como a mais antiga do mundo a produzir Cabernet Sauvignon. Cada uma dessas ampolas  possui 750 ml da bebida preferida do deus Baco.

Bem, depois de gastar essa fortuna, será que a pessoa - ou melhor, o milionário - precisa mesmo se preocupar em como abri-la? Claro que não! Até porque ao adquiri-la já tem direito a um enólogo sênior da Penfolds que viajará até o cliente para executar a cerimônia de abertura da "joia". Para isso, usa-se um artefato especialmente desenvolvido para esse fim, produzido com prata e tungstênio.

Para degustá-lo, o profissional apresenta o vinho em uma tambuladeira, uma espécie de concha pequena, feita de prata, usada antigamente por especialistas em vinhos. 

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Chateaux de Bordeaux


Os amantes da bebida de Baco, especialistas ou leigos, não podem deixar de conhecer a região de Bordeaux, na França, principalmente na época da vindima. E uma boa dica para quem está querendo fazer esse roteiro é a Windows Travel, que  convidou o especialista em vinhos Juan Carlos Magliarella, atualmente morando em Salvador, para acompanhar um grupo a partir de 22 de setembro. Serão 11 dias de viagem, retornando em 2 de outubro. 

O passeio inclui alguns dos mais destacados chateaus do país, como o Cheval Blanc, o Bon Pasteur, do enólogo Michel Rolland, no Pomerol, o Margaux, o Cos D´Estournel (Saint-Estèphe) e o D´Yquem (Sauternes).

D´Yquem (Sauternes)

Cheval Blanc
Margaux

Serão no total 10 chateaus entre Pauillac, Saint-Estephe, St Julien, Saint Emilion, Pomerol e Sauternes, com uma imperdível visita ao Chateau D´Yquem, produtor dos mais famosos vinhos de sobremesa do mundo. O pacote oferece, ainda, três dias em Paris.

A saída será de Salvador ou São Paulo, com conexão em Lisboa. Em Bordeaux, os hóspedes ficarão no Hotel Regent.  Dia 24, o destino será o Chateau Fomplegade St Emilion Grand Cru Classé e, depois, a região de Saint-Emilion.  O almoço será no centro histórico da cidade. À tarde, tem também passeio pelo Chateau Canon, que produz um vinho Grand Cru Classé. 

No dia 25, tem visita ao Chateau Cheval, com almoço na cidade de St Emilion. E à tarde, o Chateau Bon Pasteur, do renomado enólogo Michel Rolland, no Pomerol. No dia seguinte, a visita será no Chateau Ducru Beaucaillou Beaucaillou, em St Julien. Depois, almoço na região de Margaux e visita ao famoso Chateau Margaux. No dia 27, os viajamtes vão rumo ao Chateau Cos D´Estournel, (Saint-Estèphe) e  almoçam em Bage. Em seguida, visita ao Chateau Lynch-Bages (Pauillac).

No dia 28, a saída será para a região de Pessac-Leognan para visitar o Chateau Pape Clement . O almoço será em Sauternes onde visitarão o incomparável Chateau D´Yquem, onde termina o tour na região de Bordeaux. 

No dia 29, o grupo partirá para Paris de trem com hospedagem prevista no Hotel Victoria Palace, com direito a um tour pela cidade à tarde. A noite é livre. Nos próximos dois dias os viajantes poderão curtir Paris livremente. No último dia ainda tem um jantar de despedida no Moulin Rouge incluído no pacote. 

O preço por pessoa em apartamento duplo é de 3.786 euros, mais passagem aérea. Nesse valor estão incluídos hotéis de luxo (quatro ou cinco estrelas) nas regiões e um jantar de despedida no Moulin Rouge. Os valores podem ser parcelados. 


Windows Travel

Tel.: (11) 4195-0117 / 4193-4318 / 4707-4668

Campeões de preço

Coluna de André Andrès, de 1º de julho, na Revista.AG, do jornal A GAZETA

Relação traz os 10 vinhos mais baratos entre os 30 rótulos que conquistaram o cada vez mais cobiçado título de Top Five da Vitória Expovinhos

A prova já ficou famosa entre os apreciadores de vinho: 10 dos rótulos mais famosos de Bordeaux foram colocados numa mesma mesma mesa com um Chateau Reignac, bem mais barato e menos conhecido. Pois na degustação às cegas - nela, os degustadores não sabem quais vinhos estão tomando -, o Reignac  venceu nove dos 10  rótulos de Bordeaux. Essa forma de degustação guarda esse tipo de (agradável) surpresa: vinhos menos conceituados e mais baratos vencem rótulos famosos e bem mais caros. Ou, visto de forma diferente, vinhos baratos acabam tendo sua qualidade reconhecida por degustadores experientes. 


Isso aconteceu com o Top Five da Vitória Expovinhos. A relação dos 30 vencedores distribuídos em seis categorias trouxe rótulos de preços bem acessíveis. Eles ficaram no mesmo patamar ou superaram vinhos bem mais caros, que acabaram fora da lista final. É bom lembrar: não há uma classificação entre os cinco vinhos escolhidos em cada categoria – são divulgados apenas os nomes dos vencedores, sem detalhes sobre a pontuação. 


A relação traz alguns vinhos de maior valor ao lado de outros, bem  mais baratos. O champanhe Cattier Brut Blanc de Blanc, por exemplo, é encontrado no mercado por cerca de R$ 200. Ao seu lado, entre os Top Five de espumantes, está o Aurora Brut 100% Pinot Noir, vendido por algo em torno de R$ 30. Ah, então o Aurora é tão bom quanto um Cattier? Não, não chega a tanto. Mas é possível afirmar que entre as dezenas de espumantes servidos na feira, o Aurora ficou na faixa dos cinco melhores, numa qualificação muito próxima ao Cattier.
Bem, se é assim, por que não fazer uma relação dos Top Five de bom custo-benefício? Aliás, neste caso, de excelente custo-benefício, porque são vinhos de até R$ 90 premiados por um júri formado por 13 grandes degustadores (eu participei do grupo, mas não me incluo na categoria de degustador: a organização do evento deve ter me convidado para que eu observasse e aprendesse como deve se comportar um provador experiente...). 

Tem de tudo nessa lista: de espumante nacional a tinto do Velho Mundo.  Alguns dos vinhos  estão esgotados no mercado de Vitória ou ainda não chegaram. Também estão citados sites em que os preços são vantajosos – mas é sempre bom prestar atenção no valor do frete. De qualquer forma, é  uma ótima referência para quem quer reforçar a adega sem gastar muito. Agora, é só escolher um dos rótulos, abrir e servir, afirmando: “Prove. Esse é um Top Five!”

R$ 28
Aurora 100% Pinot Noir
Os espumantes nacionais sempre aparecem bem no Top Five. Desta vez, quem brilhou foi esse vinho produzido apenas com a uva tinta Pinot Noir. Excelente custo-benefício.
Onde comprar:   Vinhosnet

R$ 35
Los Vascos Chardonnay
No painel de Vinhos Brancos do Novo Mundo do Top Five, o Los Vascos é o mais barato. Ótima opção de Chardonnay numa categoria dominada pela Sauvingon Blanc. Foi encontrado só em sites.


R$ 50
Aurora Millésime
A safra 2009 do tinto brasileiro se destacou ao lado de rótulos de Tintos do Novo Mundo, como o Donoso e o Peñalolen Tez. 
Onde comprar:  Vinhosnet


R$ 49
Espumante Vértice Rosé
Portugal tem enviado ótimos “brutos” ao Brasil. Para quem não sabe, “bruto” é a maneira portuguesa de definir o espumante brut. Bebida leve, gostosa. Muito boa. 
Onde comprar:  Carone


Até R$ 59
Casa del Bosque Reserva Sauvignon Blanc
Excelente vinho por um preço mais do que honesto. Muito fresco, gostoso. Já havia sido citado na coluna semanas atrás. Ótima opção. 
Onde comprar:  Enotria e Espaço D.O.C.


R$ 65
EQ Coastal Sauv. Blanc
O Sauvignon Blanc da Matetic é excelente. O EQ (de equilíbrio) justifica seu nome, com acidez perfeita e muito sabor. 
Onde comprar: Grand Cru


R$ 76
Cava Castellroig
O cava  recebeu 88 pontos de Robert Parker. Sinal de que os jurados da Expovinhos estão  alinhados com o papa dos vinhos. Ou seria o contrário? 
Onde comprar: Grand Cru


R$ 76
Celler Besllum 2008
 A relação “pontos-benefício” chega às alturas: o vinho espanhol recebeu 93 pontos de Robert Parker. Bela mistura de Cariñena, Garnacha e Syrah. 
Onde comprar: Grand Cru


R$ 36,90
Salton Intenso
Para finalizar, um vinho de sobremesa que já havia sido premiado na Expovinhos. O Salton Intenso vem em garrafa de 375 ml. Muito gostoso, equilibrado. E as mulheres adoram... 
Onde comprar: Carone

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Ideias de Baco

Nós, as "onças", adoramos arrumar nossas casas e receber os amigos. E, agora, que o vinho entrou, definitivamente, em nossas vidas, estamos procurando ideias para aproveitar não só a bebida, mas as garrafas, as rolhas, as caixas... Além de deixar nosso cantinho mais charmoso, reaproveitando esses objetos estamos ajudando o planeta. E não é difícil! Olha que legal este vídeo da revista "Casa e Jardim"?



terça-feira, 26 de junho de 2012

Leilão de vinhos raros pela internet



Os amantes do vinho poderão adquirir rótulos raros numa série de leilões globais pela internet, paralelamente às tradicionais vendas presenciais. Segundo anunciou a Reuters, nesta segunda-feira, dia 25 de junho,  a iniciativa é da casa Christie's. 

Os leilões virtuais começam com lotes de vinhos raros. A ideia surgiu após duas concorridas experiências, uma delas realizada com parte da coleção de Elizabeth Taylor, que somou US$ 9,5 milhões, e outra com bolsas Hermès, totalizando US$ 229 mil (Ah! como as "onças" gostariam de ter participado desse evento!).

A oferta exclusivamente virtual de vinhos inclui Lafites e Latours safra 82, garrafas “"magnum" de champanhe, vinhos do Porto lindamente envelhecidos, e rótulos raros da Califórnia, informou a Christie's, com 246 anos de história no mundo dos leilões. Cada lote deve sair por valores de US$ 200 a US$ 35 mil. A estimativa é que o total dos 301 lotes alcance mais de US$ 750 mil.

"Como forma de fazer negócios, as vendas exclusivas pela internet são uma progressão natural, que oferece aos nossos clientes mais oportunidades para construir e ampliar suas coleções de vinhos finos e raros", disse Scott Torrence, vice-presidente e especialista-sênior em vinhos da empresa.

Os lances virtuais pelos vinhos, que podem ser vistos num catálogo digital, começam em 6 de agosto, e ficarão abertos por duas semanas.

Via Reuters Brasil

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Chuva de moedas de ouro



Quem gosta de degustar champanhe sabe que só na região de Champagne, na França, se produz o autêntica bebida - o resto é espumante. E só lá poderia acontecer um fato tão curioso envolvendo a bebida de Baco.

Pedreiros estavam reformando um antigo prédio na aldeia rural de Les Riceys, na região da província francesa, quando foram surpreendidos, literalmente, com uma chuva de moedas de ouro. O grupo reformava o teto da propriedade, quando se deparou com 497 moedas com valor nominal de US$ 20 cada uma escondidas no sótão. Acredita-se que elas foram cunhadas entre 1851 e 1928. O tesouro equivale a 17 quilos de ouro, uma fortuna de cerca de US$ 980 mil (ou R$ 1,7 milhão).

O edifício é, na verdade, uma instalação usada na secagem da uva, usada na produção de bebidas do produtor François Lange, diretor da empresa Alexandre Bonnet Champagne. Segundo Lange,
alguns trabalhadores estavam batendo no teto do edifício com um pé de cabra, quando as moedas de ouro começaram a chover sobre eles, seguidas por sacos de ouro.

O empresário ficará com metade do dinheiro e a outra metade vai para os trabalhadores. Agora, como as moedas chegaram ao sótão do prédio ainda é um mistério. A única coisa que se sabe é que o edifício pertenceu a um produtor de vinhos que na década de 1930 negociava com a Grã-Bretanha e os Estados Unidos. Uma coisa é certa: Lange vai produzir uma safra especial em sua honra. 

domingo, 24 de junho de 2012

Nós preferimos vinhos tintos



Pelo jeito, nós estamos no caminho certo. E sabe qual é a vantagem de uma confraria de mulheres em relação a dos homens? Nós somos muito mais charmosas... Está certo, a gente também fala demais (que o diga nossos anfitriões nas degustações!). Estamos mentindo? 

Bem, mas isso realmente não vem ao caso, o que importa mesmo é que, segundo uma pesquisa realizada recentemente na Espanha, com 580 mulheres entre 18 e 65 anos, aquele velho mito de que o sexo feminino prefere os vinhos brancos, leves e doces está ultrapassado.

Apenas 27% das entrevistadas disseram preferir os vinhos brancos, enquanto que 47% afirmaram ter preferência pelos tintos, mais potentes. A mesma pesquisa, encomendada pela empresa Lavinia, mostra, ainda, que 84% das mulheres quando vão ao restaurante preferem um vinho para acompanhar as refeições. Somente 10% bebem água, 3% ficam com a cerveja e 3% com um refresco.


Das entrevistadas, 40% tomam vinho uma vez por semana, 19% consomem a bebida diariamente e somente 2% afirmaram que bebem em poucas ocasiões. As mulheres afirmaram, ainda, que o vinho é uma bebida social, para compartilhar e que gera prazer.

Mercado promissor

Vinhedos do Douro, em Portugal
 
 
Segundo a Agência Lusa, o Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP) estará promovendo duas provas de vinhos esta semana, no Brasil. O país é um mercado promissor - só nos primeiros três meses deste ano já comprou dois milhões de euros da bebida proveniente dessa região.

Segundo dados do IVDP, as exportações de vinho do Porto para o Brasil cresceram, no primeiro trimestre, 5,7% em relação ao mesmo período no ano passado,  somando de janeiro a março um total de 945 mil euros.  Já as vendas de outros vinhos da região demarcada do Douro dispararam  49%, num total de 1,1 milhões de euros. 

Nesse período, a exportação de vinhos para o Brasil gerou uma receita global de dois milhões de euros. Por isso, para reforçar esse mercado em crescimento, o IVDP,  em parceria com a ViniPortugal, estará promovendo uma "Grande  Degustação de Vinhos Portugueses" nesta terça-feira em Brasília e na quarta-feira em São Paulo.
 
O presidente do IVDP, Manuel de Novaes Cabral, explica que o objetivo do evento é "dar oportunidade aos produtores dos melhores vinhos portugueses de mostrar o seu valor, atingindo um público cada vez mais apreciador das  categorias premium".
 
As provas de degustação terão como  tema os vinhos portugueses premiados pelo mundo.  Cerca de 30 produtores estarão expondo seus vinhos em Brasília, que terá a jornalista Suzana Barelli, diretora de redação da revista "Menu", como anfitriã da degustação principal da noite.

Em São Paulo, as provas contarão com a participação de mais de 55 produtores e Guilherme Rodrigues, jornalista da revista "Gosto", será o responsável  por conduzir a degustação principal.  Ainda na capital paulista, será realizada a final do concurso "Portugal Wine Expert",  com o especialista português José Carlos Santanita. 

Caçadores de prazer

Texto de André Andrès, publicado na Revista.AG, do jornal A GAZETA, em 23/06/2012


Áreas de características específicas pedem uvas também específicas. A busca dessa conciliação provocou o surgimento de um novo profissional: o caçador de terroir


Não é das cenas mais conhecidas de “Indiana Jones e os Caçadores da Arca Perdida”. Mas num certo momento, Indy tem de colocar um cajado num ponto exato para que o raio de sol bata num diamante colocado na ponta da peça de madeira, gere um raio luminoso e indique, numa cidade em miniatura, que local o levará até à Arca da Aliança. A precisão e a necessidade dos raios de sol – e de outras forças naturais – não são coisas de cinema. Quem tem flores dentro de casa sabe como isso funciona. Quem tem um pequeno jardim, também. Assim como o homem da roça com suas plantações, e igualmente os grandes proprietários de terras, com seus terrenos extensos... Enfim, quem mexe com plantas sabe da necessidade de conciliar alguns fatores de forma precisa para elas crescerem bem, saudáveis. Observa-se a incidência do sol, a umidade do solo, a ocorrência de ventos. E para garantir a proteção ou para estimular a evolução das plantas, acrescenta-se à terra algum composto orgânico, numa interferência benéfica do homem na natureza. Tudo isso serve tanto para fazer brotar uma orquídea num apartamento quanto para ver florescer o café no campo. Pois essa lógica da união das condições de solo, clima, temperatura e ação do homem aliada à escolha certa da planta a ser cultivada naquele local é, em resumo, o conceito daquilo que no mundo do vinho é chamado – às vezes de forma pomposa – de “terroir”.

Bem, talvez seja uma forma um tanto simplista de definir o “terrunyo”, como falam os produtores na língua espanhola. Mesmo porque a enorme variedade de uvas, as grandes diferenciações do solo, do clima, da temperatura levam a um número enorme de caminhos a serem trilhados. Difícil é escolher qual o certo, mesmo porque essa escolha talvez exija uma precisão extrema. Duvida? Bom, aquela orquídea criada no apartamento só deu certo depois de algumas tentativas com outras flores. E ela tem de ficar “naquele cantinho em que só bate um pouquinho de sol pela manhã”, ou acaba morrendo seca, a pobre coitada. No caso das uvas, essa precisão, essa necessidade de encontrar o local perfeito para a plantação de certas castas – e as castas perfeitas para certos locais –, provocou o surgimento de um novo profissional: o caçador de terroir, ou “terroir hunter”, em inglês. As iniciais T.H. denominam uma linhagem de rótulos superiores da Undurraga, vinícola chilena com mais de 100 anos. São vinhos de produção limitada, e de qualidade intensa. O Sauvignon Blanc Lo Abarca foi eleito o Melhor Branco do Novo Mundo na Expovinis, a conceituada feira de vinhos paulistana.

Os caçadores de terroir têm uma atividade complexa: após a escolha de determinada área, o solo é estudado para a definição da uva a ser plantada. Aí, o geólogo conversa com o enólogo (e é bom eles se acertarem ou, depois de um diálogo tão complexo, ambos podem acabar num psicólogo...), e os dois acertam o trabalho com o viticultor – não necessariamente nessa ordem. Os estudos incluem desde a análise do subsolo até imagens geradas por satélites  (mas, cá entre nós, a decisão deve ser tomada, de verdade, em torno de algumas taças de vinho). A partir daí define-se a cepa a ser ali cultivada. Um solo arenoso no Vale do Maipo, por exemplo, recebeu um Syrah. Um composto por granito e quartzo, no Vale de Casablanc, acolheu um Pinot Noir e assim por diante.

Os estágios de produção do vinho não ocorrem em seus locais de produção, mas em Talagante. O trabalho geral é conduzido por Henán Amenábar, mas o projeto do T.H. é tocado por Rafael Urrejola, um jovem normalmente vestido com jeans e camiseta. Pode ser que o trabalho nos vinhedos deixe alguns vestígios de terra em suas roupas. Mas ele está muito distante daquele Indiana Jones sempre empoeirado das telas do cinema. De qualquer forma, ambos guardam um ponto em comum, tão preciso quanto alguns raios de sol: suas caçadas proporcionam enorme prazer. E são deliciosas.

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Dose errada – O texto sobre o histórico de Patrick Valette, publicado na semana passada, saiu com um erro. Ele citava Valette como produtor do Almaviva. Nunca foi. Ele produziu duas safras do El Principal. Havia lido um texto sobre produções de vinhos com “sotaque francês” no Chile e o Almaviva era citado num trecho em que Valette também aparecia. Eu me confundi. Agradeço a Péricles Gomes, que me alertou para a falha. E peço desculpas aos leitores (de qualquer forma, os dois vinhos são ótimos!).

A precisão na definição dos terrunyos chilenos levou a Undurraga a uma linhagem de vinhos muito curiosa: são vários rótulos produzidos com a mesma uva, mas cultivadas em regiões diferentes. Assim, temos, por exemplo, o Sauvignon Blanc de Casablanca, de Leyda e de Lo Abarca. O objetivo dos caçadores de terroir é justamente este: mostrar como uma uva pode render vinhos diferentes conforme o terreno em que foi plantada e o tratamento recebido. Acredite: quando degustados em conjunto, como foi feito dias atrás, no Ville du Vin, na Praia do Canto, essas diferenças ficam muito claras (foram degustados sete rótulos de três uvas). Aqui estão dois Sauvignon Blanc e dois Pinot Noir (todos do mesmo preço). Mas a linha tem ainda Carignan, Syrah... São ótimas opções, sem dúvida.


R$ 99

T.H. Pinot Noir Leyda 2010

Um Pinot produzido na região de San Antonio, a 11 km da costa chilena. Passa 10 anos em barrica de carvalho francês. O resultado é um vinho com um aroma notável de frutas vermelhas, com um toque adocicado. Na boca, é aveludado.

R$ 99

T.H. Pinot Noir Casablanca 2009

As uvas são plantadas na área oeste de Casablanca, a 18 km da costa. O solo, vermelho, tem muito quartzo e granito. Notam-se mais notas de especiarias (como pimenta-do- reino). Na boca, tem uma acidez marcante, mas equilibrada.

R$ 99

T.H. Sauvignon Blanc Lo Abarca 2011

O vencedor da categoria de Melhor Branco do Novo Mundo da Expovinis justificou a fama – e o título. A região de Lo Abarca fica a apenas 6 km da costa. Não é uma área quente, por isso a Sauvignon amadurece de forma mais lenta. Não passa por madeira. Resultado: notas frescas num vinho rico. Muito bom.

R$ 99

Sauvignon Blanc Casablanca 2011

Não ficou muito atrás do Lo Abarca na degustação. Os vinhedos têm mais de 10 anos e ficam a 28 km da costa. Também não passa por barrica de carvalho. Mas o resultado, neste caso, é um ótimo vinho com muitas notas de frutas tropicais.